[Resenha e curiosidades] Como eu era antes de você, de Jojo Moyes

 


A obra "Como eu era antes de você", de Jojo Moyes, primeira da trilogia, ressalta a conhecida lição de moral: não julgue o outro sem antes conhecer sua história. Com mais de 14 milhões de exemplares vendidos, o livro, de 320 páginas, apresenta uma leitura rápida e instigante.

Além disso, este foi adaptado para o cinema, em 2016, contando com Emilia Clarke (Daenerys Targaryen de Game of Thrones), Sam Claflin (Finnick de Jogos Vorazes) e Matthew Lewis (Neville de Harry Potter) como parte do elenco e com Thea Sharrock como diretora.


Sinopse:

"Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã, que é mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.

Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro". 


Sobre a autora:

Pauline Sara Jo Moyes, mais conhecida como Jojo Moyes, nasceu em 1969, em Maidstone, na Inglaterra. 

Em 1992, recebeu uma bolsa, financiada pelo jornal The Independent, para fazer uma pós-graduação de jornalismo na City University, em Londres. Em 9 dos 10 anos seguintes, a autora trabalhou para o The Independent, até sair, em 2002, para se dedicar integralmente à carreira de escritora. 

Com isso, tornou-se uma romancista e teve "Em busca de abrigo" como primeira obra publicada. Em seguida, ao longo dos anos, escreveu mais 15 livros, incluindo a renomada trilogia de "Como eu era antes de você".

Atualmente, é uma das poucas autoras a terem ganhado o Prêmio de Romance do Ano da Associação de Romancistas duas vezes. Além disso, ela é casada e tem três filhos, com os quais ela mora em Essex. 


Curiosidades:

- O lugar "Dignitas", apresentado no livro, existe na vida real; é uma organização sem fins lucrativos, localizada em Zurique, na Suíça, que tem como objetivo auxiliar pacientes terminais que desejam tirar a própria vida. Ademais, foi fundada em 1988 e destaca-se por possuir apoio legal da região.

- A narrativa foi baseada em fatos reais, com referência a um jovem jogador de Rugby, o qual ficou tetraplégico e tirou sua vida com o auxílio da Dignitas.

- 300 atrizes fizeram o teste para Louisa Clark.

- No filme, a maior parte dos figurinos foi comprada em brechós, com exceção do vestido vermelho.

- Sam Claflin não foi a primeira opção para o papel de Will, Tom Hiddleston (Loki do filme Thor) também foi cotado.

- Emilia Clarke fez uma tatuagem de abelha em seu mindinho, em homenagem à personagem.

- O filme contou com mais mulheres do que homens na equipe.


Resenha:

"Como eu era antes de você" traz a tona a discussão sobre o suicídio assistido, auxiliado por organizações como a Dignitas, citada na obra. Ademais, trata também de temáticas como o abuso sexual, a dificuldade vivenciada diariamente por cadeirantes e a falta de solidariedade das pessoas.

Lou, a protagonista, apesar do estilo exótico de roupas, vive em sua zona de conforto, sabendo quantos passos a distanciam do ponto de ônibus para sua casa. Está em um relacionamento há 7 anos, apesar de desconfiar que não ama seu companheiro, e trabalha como garçonete no mesmo lugar há 6 anos. Até que, Frank, dono da lanchonete, tem que a fechar, deixando Louisa, que precisa ajudar financeiramente sua família, desempregada.

Enquanto isso, Will Traynor, importante ex-negociador e aventureiro, dois anos atrás, foi atropelado por uma moto, o que o deixou tetraplégico para sempre. Por isso, por não aguentar mais o sofrimento e as dores desencadeadas, vive contando os dias para a sua morte; além de passar a ter uma personalidade amarga e se fechar para o mundo.

Entretanto, tudo muda quando Louisa, procurando por um novo trabalho, se vê empregada pelos Traynors, para ser cuidadora de Will. No início, pode-se perceber a dificuldade dela em se aproximar dele, recebendo respostas grossas em todas suas tentativas. Porém, com o passar do tempo, os dois se tornam amigos inimagináveis, com ele a encorajando a experimentar coisas novas, e com ela trazendo alegria à vida dele.

Ademais, a obra critica o fato de muitos lugares ainda não apresentarem acessibilidade para cadeirantes, limitando as opções de lazer deles, além de que, juntamente com isso, ainda há um preconceito contra os deficientes físicos e pouca solidariedade por parte da população. Outro ponto ressaltado, como crítica à sociedade, é a culpabilização constante da vítima de um abuso sexual, o que prejudica completamente sua vida.

Além disso, é importante destacar que a autora teve êxito ao escrever uma narrativa envolvente e apaixonante, que trata de um tema pouco discutido na literatura. Apesar de muitos comentários negativos, que criticam a escritora por propagar uma imagem de que cadeirantes não conseguem se readaptar, é conveniente ressaltar que o enredo traz também diversas histórias de deficientes que conseguiram se habituar às novas condições e têm uma vida feliz. Posto isso, depreende-se que a principal mensagem que Jojo Moyes queria passar com a narrativa, é a: "não julgue o próximo, sem antes conhecer sua história".

Por fim, o livro nos faz refletir sobre várias de nossas atitudes, nos fazendo lembrar de como nossas ações, grandes ou pequenas, impactam a vida de outras pessoas, e como a compaixão e o amor são importantes.  Com isso, recomendo esse romance/drama a todos, uma vez que apresenta uma leitura leve e traz consigo diversos ensinamentos.


O filme:

Apesar de não constar todos os acontecimentos da obra literária, o filme conseguiu ser, de certa maneira, bastante fiel ao livro.

Mesmo eu sentindo falta de diversas partes, que eu considero relevantes na narrativa, a obra cinematográfica conseguiu passar a mensagem, fazendo com que - provavelmente - o cinema inteiro chorasse em algum momento.

Além disso, os figurinos de Lou definitivamente não deixaram a desejar, tendo êxito em representar fielmente todas as roupas descritas no enredo.

Por último, simplesmente amei a escolha do elenco, não consigo imaginar uma atriz melhor para representar a Lou, ou um ator melhor para Will. 


Caso tenha se interessado, pode encontrar o livro no link abaixo.


















Comentários

  1. eu nunca vi nem o filme nem o livro, mas a sinopse me fez pensar naquele filme, “intocáveis” kkkkk achei mtt interessante!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Sobre: Wonder (O Extraordinário), de R.J. Palacio | Sinopse, curiosidades e resenha

[Resenha] O Conto da Aia, de Margaret Atwood