[Resenha] A Guerra que Salvou a Minha Vida, de Kimberly Brubaker Bradley

 


"A Guerra que Salvou a Minha Vida", de Kimberly Bradley, com 240 páginas, foi o vencedor do Newbery Honor Award e ficou em primeiro lugar na lista do New York Times. Publicada pela editora Darkside, a obra, além de ter uma capa linda, tem um enredo emocionante e envolvente.

Sinopse:

Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando.

Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida melhor.

O livro é um registro emocional e historicamente preciso sobre a Segunda Guerra Mundial. E de como os grandes conflitos armados afetam a vida de milhões de inocentes, mesmo longe dos campos de batalha. No caso da pequena Ada, a guerra começou dentro de casa.

Sobre a autora:

Formada em Química pela Smith College, em Massachusetts, a autora fez um curso de introdução à literatura infantil. Durante seus estudos, começou a trabalhar como freelancer para uma revista equestre, devido ao seu amor por cavalos.

Depois de formada, passou a trabalhar como pesquisadora química e como editora da revista equestre por meio período. Em 1998, teve sua primeira obra publicada, Ruthie's Gift, e, agora, já tem mais de 15 livros divulgados.

Atualmente, vive com seu marido, Bart Bradley, e seus dois filhos em uma fazenda em Bristol, localizada entre o Tennessee e a Virgínia.

Resenha:

"A Guerra que Salvou a Minha Vida" retrata a difícil vida de Ada, que, além de estar vivenciando a Segunda Guerra Mundial, também enfrenta sua própria guerra em casa. Por ter nascido com o pé torto, sua mãe a maltrata, atacando-a verbalmente e fisicamente, e a proíbe de sair para a rua. Ademais, agora que Jamie, seu irmão, está ficando mais velho, ele passa a sair mais com seus amigos, o que a deixa sozinha travando sua batalha.

Acostumados a serem apenas alimentados, com um pão e chá no final do dia, e não amados, os irmãos não sabem o que é ter um lar ou o que é carinho maternal. Entretanto, tudo muda quando os dois têm a chance de serem evacuados para o interior, devido à ameaça de bombas em Londres. Lá, longe do abuso da mãe, eles finalmente aprendem o que é ter uma família de verdade e o que é ser livre.


Narrado pela perspectiva de Ava, de 10 anos de idade, a obra trata de assuntos sensíveis, como o ataque de pânico e a violência doméstica, vivenciados frequentemente pela criança. Com isso, podemos ver como ambos afetam o emocional e a auto estima da garota, que, durante a maior parte da história, não acredita que pode ser amada ou que pode ser especial.

Ademais, a autora destaca de maneira verídica como a Segunda Guerra afetou a vida de milhares, até mesmo a de quem estava do lado vencedor. Ada nos mostra como foi o racionamento de comida, o fechamento de escolas, o evacuamento das crianças para o interior, o bombardeamento constante nas cidades inglesas e a morte de vários soldados, dando foco na batalha de Dunkirk.

Além disso, me admirou o quão forte era a protagonista, que nunca desistiu de lutar, tanto para que sua mãe a amasse, quanto para escapar dela e de sua realidade em Londres. Nesse contexto, outros personagens que eu apreciei muito foram o Jamie e a Susan, senhora que acolheu os dois. O primeiro, com cerca de 6 anos de idade, persiste em acreditar que é amado pela mãe, mesmo depois de todos os maus tratos. Enquanto isso, a segunda ainda está de luto pela morte de sua melhor amiga quando tem que receber os irmãos de surpresa em sua casa, mas, apesar disso, ela dá o seu máximo para oferecer a eles um lar repleto de amor e uma vida melhor.

Por fim, o livro, apesar de triste, tem uma visão otimista, nos mostrando a luta e a superação dos personagens. Posto isso, é uma obra que todos deveriam ler, sendo que esta, inclusive, é leitura obrigatória em diversas escolas dos Estados Unidos. Nesse sentido, mesmo tendo foco no público infanto-juvenil, a narrativa consegue agradar e comover os leitores de qualquer idade.


Caso queira comprar o livro, clique em um dos links abaixo.










Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Sobre: Wonder (O Extraordinário), de R.J. Palacio | Sinopse, curiosidades e resenha

[Resenha] O Conto da Aia, de Margaret Atwood